Wednesday, December 12, 2007

ÚLTIMA CEIA...


No teatro da politécnica está instalada a última ceia, espectáculo a partir do cerejal do tchekov, pela casa conveniente.
Infelizmente, por causa do projecto "Chambre Rooms ZImmers" só pude estar um dia(é pouco para quem devia estar quatro), mas valeu a pena!
A simpatia e a generosidade de quem partilha o espectáculo com uns actores desconhecidos é para lá do louvável. Ensaiámos da 13h às 19h. Mostraram-nos o que faziam e deram-nos a cada um de nós uma personagem, a mim calhou-me o Semionóv-Pichick - proprietário rural. entrámos em cena Às 20h! É de loucos...
O 1º acto é da evocação, a ausência dos papéis masculinos, a criação de uma tensão entre os comensais e a estranheza da sopa servida por olhos que não querem ver.
No 2º acto as personagens masculinas entraram em cena a partir da tradução da relógio d`água, enquanto saboreavam o 1º prato, com as mãozinhas.
O 2º prato foi servido ao som da voz de Simeónov-Pichik: "Promenade à une paire". Neste acto, o III, o conflito é dado pela espera e uma festa que decadente. Recordei o cerejal que fiz com O Rogério de Carvalho, em Coimbra onde além da valsa se ouvia a música pimba da festa dos Olivais. Ricos tempos!!!
O IV acto acabava com uma sobremesa e com a despedida a ser lida pelos comensais a quem foi oferecida a possibilidade de lerem as personagens femininas, e partilharem não só da comida, mas do espectáculo.
É esta interrogação da ontologia do acto teatral. Do fazer com o público, da comunhão entre os fazedores e os espectadores, da honestidade do elenco, da partilha da comida e da práctica teatral que torna esta ceia imperdível!
E depois fomos-nos embora!
Ah seu mal amanhado!...

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