Portugueses em Londres inspiram teatro
Ricardo Correia procura testemunhos
Seis meses em Londres
inspiraram Ricardo Correia para fazer um espetáculo sobre a nova
imigração portuguesa. O diretor artístico do espaço Casa da Esquina, em
Coimbra, veio fazer um curso profissional à London International School
of Performing Arts. Mas a experiência pessoal foi muito forte.
"A ideia surgiu do contato com pessoas que fui conhecendo e que não são necessariamente casos de sucesso", contou ao PortugalinUK. Muitos são jovens qualificados que saíram devido à crise e desemprego em Portugal, e que recomeçam uma vida do zero em Londres. O sentimento geral, mesmo para os que vieram por opção, diz, é que será difícil regressar ao próprio país.
O próprio Ricardo Correia, atualmente com 35 anos, por pouco não se tornou num emigrante. No último ano, o financiamento às artes em Portugal piorou e à perda de apoios para o espaço que gere em Coimbra viu os rendimentos reduzidos enquanto professor. Só recentemente conseguiu assegurar verbas para continuar a trabalhar em Portugal. Mas, mesmo deixando Londres, o dramaturgo, ator e encenador leva consigo um projeto: fazer um espetáculo inspirado na nova vaga de imigração portuguesa em Londres. O nome, "O meu País é o que o mar não quer", foi retirado de um poema de Ruy Belo.
Durante as últimas semanas, recolheu testemunhos escritos, em áudio e vídeo de pessoas que chegaram à capital britânica nos últimos dois anos. Aqueles interessados em partilhar o seu percurso podem contactá-lo por email. Talvez vejam a sua história reproduzida num palco.
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